terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O que você mais ama?

De todos os mandamentos, qual é o mais importante? Respondeu Jesus: Ame o Senhor o Seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças..." (Marcos 12:28-34)

Muitas vezes é difícil amar, queremos tanto... mas é difícil, porém não IMPOSSÍVEL...

AMAR quatro letrinhas que dizem muito.

Dizemos que amamos a Deus, mas será que O amamos de todo o nosso coração? Ele tem lugar de destaque em nossa vida? Amamos mais ? Deus ou seu marido, noivo ou namorado? Deus ou um emprego? Deus ou sua cura? Deus ou a restauração de sua vida financeira? Deus ou sua benção?

Percebo que muitos colocam várias coisas à frente de Deus, mas Jesus nos fala que o maior de todos os mandamentos é amar a Deus sobre todas as coisas, temos que amar a Deus por Ele ser Deus e não pelo que Ele pode nos dar.

Somos imediatistas fazemos nossas petições a Deus e queremos para ontem, muitas vezes nos comportamos como crianças mimadas, muitos chegam a abandonar tudo, inclusive Deus, pois não recebem suas bênçãos.

Não podemos deixar de amar a Deus, de servir a Deus porque nossas bênçãos não chegam, não, ame a Deus, sirva a Deus independente do que precisa, se entregue a Ele de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.

Fazendo isso, amando Deus por Ele ser Deus, você verá a glória Dele se manifestar em sua vida, se você ama a Deus pelo que Ele pode te dar, pare, reflita e comece tudo de novo, pois Deus quer seu amor verdadeiro, um amor incondicional como Ele nos ama, não um amor interesseiro, um amor que só quer em troca.

Nada e nem ninguém é maior que nosso Deus, nada e nem ninguém merece mais amor do que o nosso Deus, Ele é nosso Pai amado, que cuida de nós, Ele nos dará a vida eterna junto Dele, uma vida de paz de amor, uma vida sem dor e sem lutas, pense nisso.
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Cativar = Criar laços

Num momento parei e lembrei-me de um trecho do livro “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry. É um dos livros mais lindos que eu já li, abaixo segue um trecho que fala sobre cativar.

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
......


Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa.

Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...

É preciso ritos.
.......
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Os trechos em negritos são os que eu acho lindo.
Criamos laços, você já me cativou. Eu também quero estar sempre ao teu lado, mesmo separada pela distância.
Tenho tantas coisas de minha vida para compartilhar com você.

Separação

Relendo um trecho do livro “A Arte de Separar-se” de Edoardo Giusti, livro muito interessante, eu já tinha lido logo que me separei, depois que reli fiquei analisando o que o autor retrata no livro ...” quando anunciamos a amigos, conhecidos ou parentes nossa separação, temos a nítida sensação de ter anunciado a morte de alguém, logo paira no ar aquela atmosfera de luto que no momento domina nossa vida interior...”,.

No primeiro momento ocorrem três coisas muito interessantes:

Para as pessoas que não estão felizes no casamento e têm consciência disso, que já pensaram em separar-se sem concretizar seus desejos por falta de coragem ou por outros motivos , sentirá uma espécie de curiosidade, de como tivemos " coragem" de termos tomado esta decisão, (muito embora, às vezes a decisão não seja nossa), coisa que elas não têm;

Quem por outro lado está insatisfeito, reprimido ou preso a rígidas concepções e não assumem, se sentem ameaçadas e é muito comum vermos exageros nas demonstrações de afeto na nossa frente, tentando nos dizer: “viu, nós estamos bem”, e assim aliviam a angústia de olhar para as insatisfações de seus casamentos, procuram evitar nossa companhia, sentem uma espécie de medo, pois pensam “se aconteceu com eles, pode acontecer comigo também” essas pessoas nos recriminam, e acabam se afastando;

Agora, quem enfim, já passou pela experiência de uma separação tenderá a identificar-se em tudo, há um sentimento muito forte de solidariedade, apóio. Vemos que esse processo, muitas vezes doloroso, outras pessoas já passaram.

O processo de “digerir”o término do casamento é demorado, não só para o homem, a mulher como também para os familiares, chega, em alguns aspectos, ser idêntico ao processo de luto: fala-se sobre o assunto muitas vezes, há períodos em que a sensação de perda é aguçada, as repercussões nos círculos de amigos são também bastante extensas: algumas amizades terminam, outras permanecem e novas se iniciam.

Um casamento insatisfatório representa uma espécie de pacto com a morte, nos sentimos encolhidos, murchos, sem perspectivas para a vida, sem auto-estima, nos sentindo feios, sem vontade de se arrumar é como se vivêssemos em um buraco sem luz.

Muitas vezes construímos prisões interiores ou muitas vezes damos a outras pessoas o poder de nos aprisionar, colocamo-nos em situações sem saída, a não ser a de suportar o sofrimento e a infelicidade, quando separamos a separação significa o rompimento desse pacto (eu custei a entender todo esse processo) e um reposicionamento no sentido de escolher viver de novo.

No início era com se eu estivesse aprendendo a viver, saindo devagarzinho do buraco e vendo feixes de luz. Essa mudança de posição refletiu fisicamente, hoje sinto que houve um rejuvenescimento, uma nova disposição e vitalidade, maior energia produtiva, passei a acreditar em mim, a me valorizar como pessoa, a aceitar meus defeitos e minhas limitações, me sinto VIVA.

Aprendi que temos que ser felizes, que não podemos permitir que outras pessoas nos façam infelizes, não devemos aceitar ou nos submeter a situações que nos violentem, nos façam acomodar com a falta de perspectivas para a vida.

Não foi de tudo ruim, houve sonhos realizados sonhos a se realizar e sonhos que nunca se realizarão.

Éé comum o vazio da casa refletir a sensação do vazio interior, o rompimento da vida em comum, a separação dos pertences, da história compartilhada, acho que essa é a pior parte, quando tem que haver a partilha, quando temos que dividir, muitas vezes há uma queda no padrão de vida.

Mas tudo é superado sei que no início é difícil, mas com a passar do tempo tudo toma seu rumo.